28.5.12

Cadê Freud quando a gente precisa dele?

Eu voltava para a casa da minha mãe, para um trabalho em Sampa. e então eu ia dormir num quarto novo, que eu nunca tinha reparado. Quando abri a janela, me dei conta que era de frente pra uma cachoeira que caía de uma altura infinita, e o rio corria na altura do parapeito, para DENTRO do quarto. Fiquei encantada, na cama, deixando o fim da tarde pintar as águas do azul mais profundo que eu já vi, e elas correrem para dentro do quarto, devagar e sempre, carregando folhas e gravetos e o mundo todo para dentro. A água subiu até me restar só o rosto livre e só quando fui abrir a porta, percebi que estava para sempre exilada no quarto, que abrir a porta era inundar a casa, os livros e tudo. Só me restava sair pela janela-cachoeira. Chamei minha mãe, mas ela não respondia e meus pés já não tocavam o chão.

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